RIZOTOMIA DE FACETAS, RIZOTOMIA POR RADIOFREQUÊNCIA OU RADICULOTOMIA

Rizotomia de facetas
Rizotomia por radiofrequência
Radiculotomia
Radiculotomia percutânea de facetas por radiofrequência

O procedimento rizotomia (também chamado de rizotomia de facetas, ou rizotomia por radiofrequência ou radiculotomia) é um procedimento utilizado para tratar de forma minimamente invasiva alguns tipos de dores na coluna, principalmente a lombalgia. Mas para entendermos como e para que serve a rizotomia, precisamos aprender alguns conceitos básicos sobre coluna vertebral. A coluna vertebral estende-se da cabeça até a região das nádegas e contém no seu interior a medula espinhal que conecta o cérebro aos braços e pernas. A coluna vertebral dividide-se em coluna cervical (pescoço), torácica (região do peito) , lombar e pélvica (ou sacral).

FIGURA 01: Divisão anatômica da coluna vertebral em quatro partes – cervical, torácica, lombar e sacral. A coluna vertebral é formada por vários ossos empilhados, uns sobre os outros, denominados vértebras (figura 2).

 

FIGURA 02: Uma vértebra vista por cima (em cima) e uma vértebra vista de lado (embaixo). Note a presença dos processos articulares (ou facetas articulares). Cada vértebra tem duas facetas articulares. As vértebras se separam uma das outras por um tipo de almofada com a função de amortecimento, o disco intervertebral (figura 3 e 4) ou simplesmente disco (é este disco que causa a famosa hérnia de disco). Além do disco intervertebral, duas vértebras são unidas pelos processos articulares (também chamadas de facetas – daí o nome rizotomia de facetas). Então observe que duas vértebras são unidas na parte da frente pelo disco intervertebral e na parte de trás pelas facetas articulares. Observe na figura a seguir como as facetas articulares permitem a movimentação entre as vértebras.

 
FIGURA 03: Uma vértebra com um disco na sua parte de cima (em roxo)

Figura 4: Duas vértebras unidas por um disco intervertebral. O disco amortece os impactos que acometem a coluna quando você se movimenta. Além do disco intervertebral, duas vértebras são unidas pelos processos articulares (também chamadas de facetas – daí o nome rizotomia de facetas). Então observe que duas vértebras são unidas na parte da frente pelo disco intervertebral e na parte de trás pelas facetas articulares. Observe na figura a seguir como as facetas articulares permitem a movimentação entre as vértebras.

 

Figura 5: Ação conjunta do disco intervertebral e da faceta articular permitindo a movimentação entre duas vértebras. Por isso a faceta tem esse nome, ela articula uma vértebra com a outra.

Muito bem, agora já entendemos o que são as vértebras e o que são as facetas articulares, vamos acrescentar mais algumas estruturas anatômicas importantes para a compreensão da lombalgia e sobre como funciona a rizotomia de facetas: a medula espinhal, nervos espinhais e o ramo medial. A medula espinha é como se fosse um grande nervo que se estende desde o cérebro até a região lombar e se conecta, transmitindo informações e comandos para os braços e pernas através dos nervos espinhais. Se você quer dobrar sua perna, por exemplo, este comando é gerado no cérebro, desce pela medula espinhal e vai até o nervo espinhal que vai até a perna, que por sua vez executa a ordem de dobrar a perna. Veja na figura 6 que a medula se localiza no foramen vertebral (reveja onde fica o foramen vertebral na figura da vértebra vista por cima) e de cada lado da medula saem os nervos espinhais. O nervo ciático é um nervo espinhal que vai para a perna.

Figura 6: Observe à direita a medula espinhal e a saída dos nervos ciáticos para a direita e para a esquerda. Em diversas situações (como por exemplo, com o envelhecimento, com atividade esportiva excessiva, carregar peso por muito tempo, dirigir muito tempo e em outras situações), as facetas articulares, assim como o disco intervertebral ficam sobrecarregados. A faceta, como o próprio nome diz, é uma articulação (assim como o joelho, o cotovelo e o ombro são articulações) e como toda articulação, sofre desgaste e causa dor. Observe na figura (figura 7) a seguir como a faceta é invervada.

 

Figura 7: Observe na figura a presença da medula espinhal e dos nervos espinais saindo da medula (em amarelo). Note que a faceta é inervada por ramos dos nervos espinhais. Estes ramos são chamados ramos mediais (em vermelho) e são responsáveis pela transmissão da sensação dolorosa das facetas. OK, agora já entendemos o que são as facetas, como elas são invervadas e também entendemos que elas se desgastam e causam dor. Bem, como vamos tratar esta dor? Por meio do procedimento rizotomia de facetas!

A rizotomia de facetas se baseia no bloqueio do ramo medial por meio da colocação de uma agulha sobre a faceta articular. Por dentro da agulha passamos um eletrodo (um tipo de fio de metal condutor de radiofrequência) que faz a aplicação de radiofrequência (radiofrequência é um tipo de onda parecida com as ondas emitidas pelo forno de microondas) sobre o ramo medial. Poderíamos dizer que “queimamos” o nervo que causa dor na faceta.

Figura 8: Inervação da faceta articular. Observamos a agulha sobre a faceta articular. O eletródio é passado por dentro dela, “queimando”o nervo que causa dor.

Figura 9: Foto de uma cirurgia real, observe que em uma das agulhas está inserida o eletródio que é conectado por meio de um fio a um aparelho gerador de radiofrequência. O procedimento é realizado com anestesia local e você recebe alta no mesmo dia.

 

Na maior parte dos casos a dor lombar melhora com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e tratamento fisioterápico, mas ocasionalmente a dor não melhora e as crises de dor se tornam mais freqüentes e mais intensas.. Nos últimos anos, desenvolveu-se uma nova técnica, minimamente invasiva (isto é, causando menos lesão no corpo do paciente, de modo que o paciente se recupera mais rápido e pode voltar ao trabalho mais rapidamente). A maioria das técnicas minimamente invasivas é realizada de modo percutâneo (isto é, por meio de agulhas ou instrumentos bem finos introduzidas no corpo do paciente pela pele, sem a necessidade de se realizar cortes ou dar pontos) e com anestesia local (ou com anestesia local e uma leve sedação) (Tabela 1).

Quadro comparativo dos tipos de tratamento existentes para o tratamento da dor lombar.

 

É um procedimento minimamente invasivo que bloqueia o ramo medial da coluna vertebral, melhorando a dor lombar.

O procedimento é realizado dentro do centro cirúrgico. O paciente fica acordado (ou levemente sedado) e deitado com a barriga para baixo. A pele é lavada com antissépticos e preparada com anestésico local e as facetas doentes são puncionadas com uma agulha (figura 11), sendo que o médico é guiado por um aparelho de raios-X (figura 10).
Figura 10: Aqui podemos ver (ou melhor, não podemos vê-lo, pos está coberto pelos campos estéreis) o paciente deitado de barriga para baixo e coberto com campos estéreis. O aparelho de raios-X é identificado pelo número 5 na figura.

Figura 11: Agulhas utilizadas na rizotomia, em tamanho natural. Para sua segurança, as agulhas são esterilizadas e descartáveis (isto é, eles são utilizados uma única vez e jogados fora).
Por dentro da agulha é passado um eletródio (um tipo de fio metálico) (figura 11 e 12) que é posicionado na faceta articular. O eletródio por sua vez é conectado a um aparelho gerador (figura 13) de radiofreqüência (um tipo de onda de energia parecida com aquela que existe dentro do forno de microondas). O médico aplica então esta radiofreqüência que é transmitida para o ramo medial, tendo como efeito a melhora da dor lombar. O tempo de aplicação desta radiofreqüência dura apenas um ou dois minutos por faceta.

Não, o procedimento é aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A ANVISA é a agência governamental que tem por missão proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços. Qualquer produto utilizado em cirurgias e tratamentos médicos deve possuir a licença desta agência. Nos Estados Unidos o procedimento IDET foi aprovado pelos rigorosos critérios do FDA (Food and Drugs and Administration – A ANVISA norte-americana) desde março de 1998. Vários pacientes já foram submetidos a este tratamento nos Estados Unidos, Europa e em vários outros países. Nos Estados Unidos, desde março de 1998, mais de 75.000 pacientes já realizaram este tratamento. Artigos científicos já foram publicados sobre este tratamento, tanto em revistas científicas norte-americanas quanto europeias.

Todo e qualquer procedimento médico, por menor que seja, pode ter alguma complicação. Entretanto complicações com a rizotomia são muito raras. Dentre algumas complicações possíveis estão a lesão de nervo que seja responsável pela movimentação de algum músculo. Apesar das complicações serem raras, sua realização exige treino, experiência e concentração por parte do médico que irá realizar o procedimento

Não, ela pode ser feita na coluna cervical (pescoço) ou torácica.

A rizotomia é utilizada em pacientes com dor lombar, cervical ou torácica de origem facetária. A dor lombar facetária caracteriza-se principalmente por ser uma dor desencadeada pela movimentação da coluna. Consulte seu médico.

Não, este procedimento é feito sob anestesia local (semelhante à anestesia usada em procedimentos dentários) ou com anestesia local e sedação (além da anestesia local é aplicada uma medicação na sua veia para que você fique mais confortável, com menos dor e menos ansioso)

  • Sim, você pode realizar a cirurgia convencional de coluna no futuro, mesmo se for para operar o local onde foi feita a rizotomia. A rizotomia não dificulta, nem aumenta os riscos de uma cirurgia convencional que por ventura seja necessária no futuro.

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Após o procedimento você é encaminhado do centro cirúrgico de volta ao seu quarto, onde poderá comer e ficará se recuperando por algumas horas até poder ir para casa, normalmente no mesmo dia. Em casa você deverá tomar algumas medicações analgésicas e anti-inflamatórias e fazer repouso por alguns dias. Neste período você não precisa ficar deitado o tempo todo, mas deve evitar trabalhos domésticos (como lavar roupa, lavar o quintal, o carro, carregar sacolas de compras, etc) e esforços maiores (como a prática de esportes ou corrida). Se o seu trabalho não exige muito esforço físico (trabalho de escritório), você pode retornar ao trabalho em cerca de 1-2 dias depois do procedimento

  • Não e não! O procedimento é feito totalmente de modo percutâneo (através de uma punção da pele) e não é feito corte ou incisão nenhuma, portanto não é necessário dar pontos na pele.

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Nem todo paciente com lombalgia vai se beneficiar com este tipo de procedimento. O tipo de dor que você apresenta, seu exame físico e seus exames radiológicos (como a tomografia e a ressonância magnética) vão confirmar se você vai se beneficiar com este tratamento ou não. Consulte seu médico

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1 – Tratamento minimamente invasivo.
2 – Baixo risco de complicação cirúrgica. (inferior a 1%)
3 – Anestesia local.
4 – Menos tempo de internação.
5 – Alta tecnologia do aparelho.
6 – Aparelho com auto-regulagem de temperatura e parametrizado.

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